O Presidente da República afirmou esta noite, logo no arranque da sua declaração ao país, que “onde não há responsabilidade, não há autoridade”.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que, apesar de alguns grandes números da economia, esses resultados ainda não chegaram aos portugueses.
Falando directamente sobre o ministro das Infra-estruturas, o chefe de Estado afirmou que não basta um pedido de desculpas para ficar tudo bem.
Marcelo sublinhou por diversas vezes quatro palavras que exige ao Governo: “Responsabilidade, confiabilidade, autoridade e credibilidade”.
“Não há, da minha parte, nenhuma vontade de criar instabilidade”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas afirmou que estará “mais atento e interveniente no dia-a-dia”, para evitar soluções mais drásticas como a interrupção da legislatura.
Marcelo Rebelo de Sousa questionou: “Como pode um ministro não ser responsável por um colaborador que escolheu para a sua equipa mais próxima?”, sobretudo por se tratar de um que ficou responsável por um “dossiê tão sensível como o da TAP?”.
“Como pode esse ministro não ser responsável por perturbações rocambolescas, muito bizarras, inadmissíveis ou deploráveis?”, continuou, salvaguardando as palavras não serem suas.
“Responsabilidade política e administrativa é essencial para que os portugueses acreditem naqueles que os governam”, notou, acrescentando que tal “não se resolve apenas pedindo desculpas”. “Responsabilidade é mais do que pedir desculpa. É pagar pelo que se fez ou deixou de fazer”, concluiu.