A Necessidade de Repensar a Forma de Luta dos Professores – Alberto Veronesi

A Necessidade de Repensar a Forma de Luta dos Professores – Alberto Veronesi (vozprof.com)

Desde tempos imemoriais, a luta dos professores tem sido uma voz ativa em prol de, não só melhores condições laborais, mas sobretudo de melhor qualidade de ensino. No entanto, é fundamental questionar se os métodos tradicionais de manifestações, vigílias e greves são realmente eficazes no contexto atual.

Não será hora de os professores repensarem a forma como lutam pelos seus direitos, priorizando estratégias que possam ter um impacto real e duradouro?

É inegável que as manifestações e outras formas de protesto têm o poder de atrair a atenção da sociedade e dos media. No entanto, como observou Albert Einstein: “Loucura é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” As manifestações podem proporcionar visibilidade momentânea, mas muitas vezes não se traduzem em mudanças significativas. Os professores têm gasto tempo e recursos preciosos nessas ações, e os resultados podem ser considerados risíveis. Apenas serviram para criar ainda mais divisões entre os professores, desmobilizando aqueles que de alguma forma beneficiaram das esmolas.

Creio que esteja na hora de considerarmos a desobediência civil como um meio de pressionar por mudanças significativas. Como dizia Mahatma Gandhi, “a desobediência civil  torna-se um direito sagrado quando o estado torna-se indigno de o cumprir.” Tem sido o caso. A desobediência não implica negligenciar as responsabilidades educacionais, mas sim recusar-se a cumprir serviços mínimos, que, sabemos já, são ilegais. Era importante que todos fossem capazes de não cumprir os serviços mínimos. Mesmo que imediatamente a seguir retomassem as atividades letivas, criar-se-ia o caos nas escolas. Garantir que não iriamos vergar enquanto não houvesse negociações sérias. Esta abordagem radical poderia forçar as partes interessadas a enfrentar a urgência da situação e procurar soluções.

Nunca é de mais lembrar que as guerras por direitos não são vencidas sem sacrifícios. Como refere Albert Camus: “A revolta nasce do espetáculo da injustiça, mas também da experiência quotidiana da mesma injustiça.” Temos de tomar medidas impactantes para alcançar os nossos objetivos.

Chegou a hora de repensarmos as nossas formas de luta. A desobediência civil, quando usada com sabedoria, pode ser uma estratégia mais eficaz para pressionar por mudanças reais.

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