Sondagem: Governo não fez o suficiente para responder aos professores

A sondagem da Aximage para TSF-JN-DN revela que a maioria dos inquiridos concorda com as greves convocadas para o arranque do novo ano letivo.

Na semana que marca o regresso às aulas, os portugueses mostram um cartão vermelho ao Governo na avaliação da resposta do Executivo à contestação dos professores. A sondagem da Aximage para a TSF, JN e DN mostra que 62% dos inquiridos consideram que a resposta governativa ficou aquém do que seria expectável.

O barómetro pergunta aos inquiridos se o “Governo fez o suficiente para se aproximar das reivindicações dos professores”. Só 28% da amostra aprova o papel de negociação do Governo de António Costa, ao defender que o Executivo fez o suficiente para ir ao encontro das exigências dos docentes.

O arranque deste ano letivo fica marcado por mais contestação. Neste campo, o estudo da Aximage reflete uma maior divisão de opiniões. A maioria dos inquiridos concorda com as greves convocadas pelos sindicatos para o arranque do ano letivo 2023/2024, mas a aprovação não chega aos 50%.

Em concreto, 45% da amostra diz estar em concordância com as greves. Desta fatia de inquiridos, 17% afirmam estar totalmente a favor das paralisações e 28% apenas concordam. Do lado do não, 36% dos portugueses discordam, sendo que destes 16% são mais radicais e dizem que discordam completamente. 20% apenas discordam. Os números da sondagem evidenciam ainda que, na resposta a este ponto, 18% não concordam nem discordam.

A contestação dos professores ganhou força no final do ano passado, em resposta às propostas de alteração aos concursos dos docentes, às quais depois se juntou o reforço na exigência da recuperação do tempo de serviço congelado (seis anos, seis meses e 23 dias). Depois do veto do Presidente da República, o Governo manteve a porta aberta a esta reivindicação, no decreto-lei publicado a 25 de agosto em Diário de República.

No documento lê-se que “a solução constante deste decreto-lei, coerente com o programa do Governo e com a estratégia de valorização do conjunto dos serviços do Estado, em especial a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde, não prejudica que, em diferentes conjunturas, designadamente em próximas legislaturas, possam ser adotadas outras soluções, sem prejuízo naturalmente dos direitos ora adquiridos pelos educadores de infância e professores”.

Até amanhã está em vigor uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que teve início na segunda-feira e inclui docentes e não docentes. A plataforma, que engloba nove sindicatos, incluindo a Fenprof e a Federação Nacional de Educação (FNE), também já convocou uma paralisação, que está marcada para o dia 6 de outubro.

Ficha técnica:

A sondagem de opinião foi realizada pela Aximage para JN/DN/TSF. O universo incluiu indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 804 entrevistas efetivas: 696 entrevistas online e 108 entrevistas telefónicas; 380 homens e 424 mulheres; 181 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 225 entre os 50 e os 64 anos e 188 para os 65 e mais anos; Norte 281, Centro 177, Sul e Ilhas 123, Área Metropolitana de Lisboa 223. Técnica: Aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 14 e 18 de setembro de 2023. Taxa de resposta: 71,52%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. A responsabilidade do estudo é da Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.

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