O problema da “inclusividade”

Como aluno do ensino secundário, já passei por algumas turmas e escolas, cada uma com os seu distintos membros. Como seria de esperar, nesse meu percurso académico, já convivi, dentro e fora da sala de aula com outros alunos que têm algum tipo de problemas a nível motor ou cognitívo. 

Dessas minhas experiências sou capaz de concluir que o ensino e o meio a que esses alunos são expostos não é o mais adequado por vários fatores.

Um deles é a grande falta de maturidade generalizada, por parte de colegas, que tornam esses alunos com problemas, alvos de zombaria, quer seja pela sua aparência diferente da dos demais ou por dificuldades que tenham. Isto, juntamente com a dificuldade de lidar e perceber os seus sentimentoS que vem atrelada a algumas dessas condições, acaba por originar momentos de conflito, entre eles e os outros colegas. Há colegas que achar isso divertido e tomam esse momento, como um de entretenimento de alta qualidade.

O segundo problema, é que a grande maioria dos estabelecimentos de ensino não se encontram acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, sendo que dentro das quatro escolas que frequentei, e as outras mais em que já tive a oportunidade de adentrar, só uma tinha uma rampa no exterior. Nenhuma dessas escolas, como a grande maioria das escolas portuguesas, tinha forma de os alunos com mobilidade reduzida acederem a salas de aulas em pisos superiores.

A última razão que apresento, é a falta de adaptação do currículo a este tipo de alunos que têm dificuldades cognitivas, as chamadas dificuldades de aprendizagem. Como já foi comprovado por diferentes estudos, e exemplos, estes alunos não aprendem da mesma forma e as mesmas coisas que o restante da população estudantil. Essa falta de adaptação, juntamente com a integração destes alunos em turmas que têm colegas que não apresentam essas determinadas dificuldades de aprendizagem, acaba por dificultar muito o ensino desses alunos, levando muitos a terem insucesso escolar apesar da taxa de aprovação. A adicionar a isso, a falta de formação da grande maioria dos professores para lidar com estas crianças, que têm necessidades diferentes, faz com que os docentes fiquem algo perdidos em como ensinar aquele aluno. Ainda, temos os casos em que as condições de que esses alunos sofrem, provocam algum tipo de hiperatividade, fazendo com que o aluno possa, eventualmente, perturbar a aula, dificultando, assim, também a aprendizagem do restante dos alunos. 

Como considero que uma crítica não estaria completa sem se oferecer soluções aos problemas apresentados, eis o que apresento: a criação de turmas específicas constituidas por alunos do forro apresentado, em que estes fossem expostos a conteúdos adqueados ás suas capacidades e potencial de aprendizado. Assim seria possível um maior aproveitamento destes alunos, fazendo com que eles consigam desenvolver as suas capacidades e terem uma maior chance de empregabilidade quando integrados no mundo do trabalho. Nestas turmas, seria possível um maior acompanhamento indívidual, em que os docentes seriam em maior número e especializados neste tipo de educação.

Em suma, considero que o aproveitamento destes alunos é influenciado negativamente por variados fatores, mas que pode ser melhorado com a aplicação de medidas como a apresentada.

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